07/06/2021
Um estudo realizado por um grupo de universidades britânicas, mostrou que a pandemia do coronavírus vai agravar o problema das chamadas “superbactérias”, apontando que o uso indiscriminado de antibióticos em pacientes de Covid-19, leva ao surgimento de variantes bacterianas resistentes a tratamento. Isso, porque as bactérias que sobrevivem ao remédio se multiplicam, passando para a frente os genes que as fizeram resistir.
Segundo o estudo, criou-se no meio médico uma cultura de receitar essa classe de drogas - que combatem as bactérias mas não o vírus - em grande parte dos casos de Covid, por acreditar que ocorriam infecções bacterianas paralelas, que agravariam muito os casos. Essas circunstâncias realmente existiram, explicam os pesquisadores, mas em uma proporção muito menor do que se acreditava.
No trabalho verificou-se que cerca de 13% dos pacientes com Covid-19, têm de fato infecções com alguma bactéria, mas antibióticos estavam sendo receitados para uma proporção muito maior. Cerca de 37% dos pacientes avaliados, tomaram alguma dessas drogas para tratamento de casos leves e, entre os hospitalizados, a taxa foi de 85%.
Em outubro de 2015, a Organização Mundial da Saúde lançou o Sistema Global de Vigilância Antimicrobiana, para monitorar a resistência bacteriana a antibióticos. O último relatório, publicado em 2018, com informações de 22 países, mostrou que a proporção de bactérias resistentes, a pelo menos um dos antibióticos mais usados, apresentou uma enorme variação entre os diferentes países, indo de zero a 82%.