05/06/2017
Estudantes de medicina são um grupo de risco para adoecimento psiquiátrico, e o adoecimento psíquico neste grupo traz repercussões para o desempenho acadêmico e para a futura relação médico-paciente. Pensando nisto, durante sete semanas, 34 alunos de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foram submetidos a sessões de grupo com base em conceitos da neurociência das emoções e do bem-estar e técnicas da psicologia positiva (técnicas psicoterapêuticas envolvendo gratidão; apreciação do belo e de bons momentos; otimismo; forças e virtudes). O objetivo focar no aumento do bem-estar para diminuir indiretamente sintomas psiquiátricos. Depois de sete semanas, os estudantes que receberam a intervenção aumentaram seus escores de emoções positivas e de satisfação com a vida. Além disso, mesmo não tendo diminuição dos escores de emoções negativas, os estudantes tiveram diminuição de escores de sintomas psiquiátricos. Esse diferença foi relevante, mesmo quando se comparou esse grupo de alunos que recebeu a intervenção com outro grupo de 31 alunos que recebeu aulas convencionais (que foram o que chamamos grupo controle). Essa pesquisa motivou os professores envolvidos com o estudo a inserir a intervenção psicoterapêutica como parte da grade curricular do eixo humanístico do sétimo período do curso de medicina da UFPE.
A pesquisa foi coordenada pelo psiquiatra Leonardo Machado, Professor Assistente de psiquiatria e psicologia médica da UFPE, Mestre e Doutorando em neuropsiquiatria pela UFPE e Preceptor da residência de psiquiatria do Hospital das Clínicas/UFPE.
O estudo será apresentado durante o 11º MEDNESP – Congresso de Medicina e Espiritualidade que será realizado de 14 a 17 de junho de 2017, no Centro de Convenções do Riocentro, no Rio de Janeiro.
O programa do congresso pode ser visto no site www.mednesp2017.org.br